ALERTA: Defesa Civil pede atenção redobrada para quem transitar na Serra do Rio do Rastro
Novos deslizamentos podem ocorrer a qualquer momento na Serra do Rio do Rastro. Com a chuva, o risco se acentua. Por isso, a previsão para esta quarta-feira (18) preocupa. Nessa segunda-feira (16), uma vistoria foi realizada com o intuito de analisar se novos pontos apresentam perigo.
O coordenador Regional da Defesa Civil, Rosinei da Silveira e o responsável pela Defesa Civil do município de Lauro Müller, Geraldo Conceição, com o apoio da Polícia Militar Rodoviária – PMRv, estiveram no local. Os trabalhos foram realizados após queda de uma barreira ter sido registrada na manhã desse domingo (15),deixando pelo menos uma pessoa ferida e danos materiais em dois carros e um micro-ônibus.
Conforme Rosinei, os quatros pontos de deslocamento de rocha ocorridos nesse fim de semana já haviam sido mapeados em um levantamento realizado em junho deste ano. Na oportunidade, nove pontos de risco de deslizamentos foram apontados. “A vistoria de hoje foi para analisar se novos pontos estavam surgindo na rodovia, mas ficou constatado que continuam sendo os mesmos”, avaliou.
Apesar do risco com a chuva prevista para quarta-feira (18), as autoridades alertam que o trânsito não será interditado. “As pessoas poderão continuar utilizando a rodovia, mas os usuários devem prestar atenção em dias de chuva, pois sempre haverá risco”.
Diversos fatores causam os deslizamentos
Ainda segundo o coordenador regional, alguns fatores contribuem para a queda de rochas. São eles: idade geológica, terreno acentuado, a umidade e o intemperismo (processos, como clima e relevo, que alteram as rochas). Estes fatores naturais são somados ainda à ação do homem com a trepidação, ou seja, o abalo ou tremor causado pelo tráfego de veículos pesados.
“A idade geológica do relevo da serra está bastante avançada e o intemperismo está avançando, fazendo com que estes blocos de rocha se soltem, colocando em risco todos os transeuntes. Com este relevo acidentado, elas caem com intensidade”, explicou.
Em um dos pontos, o perigo é iminente. “Já é possível observar diversas blocos já soltos, com toda a rachadura desenhada, prontos para descer com a próxima chuva. O intemperismo já fez ação. Ela está marcada para cair. Desprendendo esta rocha grande, outras virão. Têm as de baixo, que tiram a sustentação das de cima, que também já se soltam. A umidade vai penetrando nestas rachaduras e elas vão abrindo, até partir os blocos”, detalhou.
Rochas caem e danificam a estrada
Quando as rochas caem no acostamento, acarreta em outro problema. “Elas ficam acumuladas e interrompem a canalização. Com isso, a água da chuva vai para a pista e vai penetrando na rodovia. Dessa forma, vai danificando a estrada”, observa.
A retirada das rochas do acostamento, por sua vez, é de responsabilidade do Departamento Estadual de Infraestrutura – Deinfra.
Solução é apontada
Rosinei destaca ainda que uma solução foi apontada, mas descartada até o momento pelo Deinfra devido ao orçamento. Ele defende ser uma opção melhor que a já testada, com aplicação de um impermeabilizante na encosta da rodovia.
“Eu prefiro a contenção das encostas por meio da instalação de telas, obras de engenharias, pois elas são mais definitivas. Este produto impermeabilizante precisa ser recomposto todo o ano e precisa ser acompanhado continuamente. Então, definitivamente, as telas é que darão mais proteção nesta queda de blocos e, consequentemente, mais segurança para todos os usuários”, argumenta.
Contudo, a viabilização da solução proposta esbarra no orçamento. “Trata-se de uma espécie de redes e telas que a gente aplica em cima da rocha e é parafusada. É uma tecnologia trazida do Japão, mas o Estado alegou que é muito caro”. Em Santa Catarina, não é feito uso dela ainda. Já em relação ao impermeabilizante, até o momento, a aplicação teve êxito. “O ponto em que o produto foi aplicado permaneceu na sua condição. Ou seja, houve a impermeabilização e não houve deslocamento da rocha. Quanto à gestão da efetivação da aplicação deste produto, a gente ainda está esperando. Está para análise no Deinfra”, conta o coordenador regional da Defesa Civil.