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Berço do carvão nacional, é o local onde se encontra uma das maravilhas da natureza que é a Serra do Rio do Rastro, assim é conhecido o Município de Lauro Müller.

Pode-se dizer que nasceu com a chegada da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, ferrovia que o historiador Walter Zumblick denominou: Tereza Cristina a Ferrovia do Carvão em 1° de outubro de 1884, com a conclusão da Estação e instalações no início do ano de 1885.

Lauro Müller, Minas ou Bom Retiro, como denominavam os tropeiros que por aqui acampavam de passagem para a região de Laguna, assim denominaram em virtude das boas águas existentes para descanso dos animais.  Teve um começo de vida conturbado, com datas divergentes.

É voz corrente que em 1841, enquanto os geólogos e engenheiros enviados pelos governos imperiais, que foram: Friederich Sellow, Alexandre Davidson, Guilherme Bouliech, Ebenezer Ebaus, Vallé e o Dr. Júlio Parigot, o último acredita-se ter sido um grande estudioso das riquezas da Região Sul. Já se falava na existência de reserva carbonífera nessa localidade lá pelos idos de 1827. Porém acredito, posso afirmar, que tantos geólogos e engenheiros, não vinham até o “fim do mundo” (Minas), pensando em carvão. Pensavam sim, na existência de ouro ou pedras preciosas. Senão vejamos, uma região com dois rios que nascem no costão da Serra Rio Bonito e Rocinha área bastante sinuosa, com reserva de erva mate e uma boa quantidade de índios. As visitas aqui feitas, acredita-se não forem sidos apenas para verificação de carvão e sim a procura de outros minerais mais preciosos, que muito interessavam aos aventureiros estrangeiros, porém, a intenção não surtiu o resultado almejado.

A partir de 1841, as constantes experiências, conforme afirmação do engenheiro Fiúza da Rocha sejam sim, apenas em função da existência do carvão mineral. Lauro Müller, que teve o privilégio de ser o palco de uma das maiores maravilhas da natureza, a Serra do Rio do Rastro, foi também contemplada pela evolução dos tempos, pois no Km n° 1 (entre Lauro Müller e Barro Branco) existe uma das primeiras minas com galeria do Brasil, explorada pelos ingleses no ano de 1886, segue comentado como Carvão.

Teve como colonizadores os descendentes de italianos, oriundos de Urussanga e Treviso, que aqui acampavam para caçar, capturar animais nos Rios Bonito, Palmeiras e Rocinha, explorar palmito e erva mate e a retirada de madeiras nobres, existentes em grande quantidade.

Dentre os primeiros moradores podem ser citadas as famílias de: João Alemão (Kjellin), Maria Polaca (Luciano), Idalino Corrêa, Nicolau Santos (Tanagildo), Gabriel Elias (Gabrielzinho), Manoel Fernandes, Francisco Ramos, Paulo Cesconetto, Antônio Cesconetto, Luis Benedet e Celeste Benedet; os quatro últimos, especialistas em construção, muito auxiliaram na construção do castelo, citamos ainda: Manoel Madeira, Manoel Delfino, Família Antunes, Família Jung, Sebastião Jorge, Franquelino Francisco do Nascimento, Amâncio Ghisi da Luz, Francisco Camargo, Fernando Domingos Borges, Luiz Antônio Schuch, Alexandre Alves, José Domingos e tantos outros, sendo impossível enumerá-los, dentre eles, muitos especialistas em caçadas de índios, à época existentes em grande quantidade.

Os primeiros comerciantes foram: Pedro Marcelino de Carvalho, José Machado (Zeca) e Francisco da Silva Medeiros (Seu Chico) que dizia ter construído a primeira ponte de madeira coberta, ligação entre as margens direita e esquerda do rio Tubarão, onde existe a ponte do centro de Lauro Müller, é bom lembrar que o rio Tubarão nasce aqui em Lauro Müller (rios Bonito e Rocinha denominado Passa Dois), outros comerciantes foram: Fabre, Losso, Batista Righetto, Ângelo Buogo, João Dal-Bó, Firmino Ruzza, Antônio Legnani e Genovêncio Corrêa Bittencourt, estabelecidos entre Lauro Müller e Barro Branco. Como já relatado, a colonização foi praticamente de descendentes de italianos. Porém, com a chegada dos primeiros moradores, o pensamento era um só: erguer uma capela para as orações, pois a maioria das pessoas era católica. Na falta de um local apropriado, entre os anos de 1916 e 1918, aproveitaram o início da construção de Vila operária (Rua Tubarão e Orleans) e uma das primeiras casas construídas tornou-se capela, onde podiam rezar terços, novenas e raramente a missa. Como o catolicismo imperava, logo após a construção do castelo (1918 a 1925), pelos anos de 1923, resolveram edificar uma igreja condigna com a população, que na época já estava acima de três mil habitantes.

Entretanto, devido à falta de incentivo por parte de gerência da Carbonífera, tendo como seu titular o Eng.°. Walter Vetterli (1916-1941), que não participava da comunidade católica, visto que acreditava-se ser protestante a Igreja ficou apenas nos alicerces. Os alicerces permaneceram intatos até 1946, oportunidade em que a carbonífera, com nova administração (Dr. Valdir Cotrim), incentivou a população e foi construído um “majestoso templo”, considerado um dos mais luxuosos e modernos para a oportunidade.

Imaginem só, foi contratado um pintor (Klaus Klinger) especialista em pinturas de santos e afrescos. As janelas eram todas de um vitrô lindíssimo, todo mobiliário, inclusive os altares foram executados artesanalmente por marceneiros especialistas, que prestavam serviços para a Cia Barro Branco. Dentre tantos, é bom citar: Arcângelo Gabriel João Kowalski, Aristides Damiani e Miguel Heindrickson, que com a supervisão do incansável e inesquecível Manoel Antunes (o popular Nequinho), não mediram esforços pala montar as peças de arte que foram trabalhadas para maio embelezamento de tão preciosa arquitetura, até os bancos foram elaborados com enfeites e recortes que só as mãos de artistas conseguem fazer. É digno de nota o relógio que funcionou na igreja de Lauro Müller, cravado na torre, marcando as horas com precisão, podendo ser avistado à longa distância. Trabalho executado pelo então Artista relojoeiro Ary José de Medeiros, que exercia as funções de “desenhista técnico da Carbonífera Barro Branco e artífice nas horas vagas”, conseguindo assim, aumentar sua renda e demonstrar sua capacidade como artista, decorador e artesão.

Porém, tão majestoso templo, pela incompreensão de alguns, foi demolido com apenas 25 anos, visto que, a igreja foi concluída no ano de 1947 e demolida em 1972, dando lugar a atual.

Até o ano de 1905, Minas como era conhecida, passou a denominar-se Lauro Müller, topônimo dado pelo Eng.°. Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis, em homenagem ao catarinense Dr. Lauro Severiano Müller que foi Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas, no Governo Federal; o ato foi celebrado em 25 de setembro de 1905. Em 30 de agosto de 1913, com a elevação de Orleans a Município, Lauro Müller foi elevada à categoria de Vila. Em 24 de dezembro de 1914, foi criado o Distrito de Lauro Müller e instalado em 12 de janeiro de 1915. Como Distrito, Lauro Müller permaneceu até que, pela resolução n.º 89, de 25 de outubro de 1956, a Câmara Municipal de Orleans, integrada por diversos líderes desta comunidade, eleitos vereadores pela Distrito, autorizou o desmembramento, tendo sido esta Resolução aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado através da Lei n°273, de 06 de dezembro de 1956.

Em 20 de janeiro de 1957, o Município de Lauro Müller foi solenemente instalado. Vereadores que votaram pela emancipação de Lauro Müller: José Cavalcante de Albuquerque, Manoel Antunes, Evaldo Scharf Cardoso, Venício Campos, Querino Estevam Tournier e Reinaldo Schickmann.

Fonte: Livro A História de Lauro Müller – Walmir Souza (Ziza) 2002

Livro disponível na Biblioteca Municipal ” Joacy Manoel da Silva”

2º Livro - Lauro Müller a história

Lauro Müller a história, trata-se de um resumo histórico e político, além do registro das entidades que ajudam a transformar o município.

O principal objetivo desta publicação é a fonte de pesquisa que pode ser consultada por estudantes, pesquisadores e todas as pessoas que se interessarem em conhecer um pouco mais sobre o município de Lauro Müller.

A compilação da obra foi feita por Arnaldo Lopes, a impressão e a diagramação pela Gráfica do Lelo, no ano de 2008.